Sobre amigos e o tempo...

Dias atrás estava pensando sobre amizades, lembrando de pessoas com quem não falava ou não tenho tido contato há muito tempo... de quanto às vezes dá uma vontade de pedir notícias, de desejar um bom dia, de torcer pelo bem dessa pessoa ou dar parabéns a alguma conquista dela, ou de oferecer um conforto ao saber de algo ruim que está acontecendo... mas pensava também no quanto pode parecer forçado ou oportunista de se dizer após tanto tempo sem contato algum... Algumas pessoas simplesmente não interpretam algumas boas intenções como sendo tão boas assim... e acabo optando pelo silêncio, pela alegria de saber que as coisas estão indo bem a essas pessoas tão queridas e pela prece de que seja sempre assim - cada vez melhor.

Nos últimos dias encontrei por acaso pessoas com quem não falava há anos... e foi uma sensação tão estranha....parecia que havíamos nos visto há poucos dias, que éramos os mesmos de anos atrás, parecia que não havia existido um intervalo de tempo tão grande assim a nos distanciar... Mas ao mesmo tempo, havia um certo distanciamento, uma reserva, uma certeza de que o tempo passou para nós, sim... Voltei pra casa meio pensativa. rs

Sei que o distanciamento vai ocorrer em grande parte dos casos, por isso às vezes sinto vontade de dizer o quanto os amigos com quem tenho contato são importantes para mim (mesmo que não sendo muito habilidosa para me expressar), o quanto sou grata pela amizade deles... é uma forma de acreditar que, mesmo quando deixemos de nos falar por "n" motivos, saibam que ainda há alguém láááá do passado que ainda torce pelo seu bem... para alguns digo, para outros acho q vai parecer frescura demais e me mantenho em silêncio. huahauahuahu XD

E me veio à cabeça a frase "Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos...". Lembrava que fazia parte de um texto que havia lido, mas não lembrava o resto do conteúdo. Ao encontrá-lo, percebi que ele refletia grande parte do que eu estava sentindo e pensando nos últimos dias... E, por isso, volto a este blog - após tantos anos ausente - com esta mensagem que, infelizmente, muitos dos tais amigos nem saberão que aqui está...rs

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

[...]

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

[...]

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!"

Não sei ao certo quem é o autor do texto, muitos dizem que é de Vinícius de Moraes, outros dizem que é de Paulo Sant'ana. Quem souber o autor e quiser contar, agradeço. hahah

Obs.: Retirei o texto do site http://www.rosangelaliberti.recantodasletras.com.br/blog.php?idb=5819